Caro
amigo Selleon Ivorein (Elfo de Alfheim),
Perdoa-me
pela demora em mandar-te notícias, Selleon. Acontece que somente agora me
estabeleci com firmeza e recursos suficientes para planejar os próximos passos
de minha missão.
Como
é de teu conhecimento, passaram-se dois meses desde que parti (Vatermont) de Rifllian
após ouvir sobre a tragédia que assolou a ti e teus companheiros. Encontrei em
minha breve jornada amigos pelos quais daria minha a vida e que também dariam a
deles por mim. Creio que vale a pena citar seus nomes, pois seguramente tornar-se-ão
personalidades notáveis de Karameikos e talvez até mesmo de Mystara.
Falo
primeiro do jovem mais corajoso que já conheci. Afirmo que mesmo que alguém
seja um dia tão bravo quanto Alex TinderOwl de Verge, nunca será como ele. Logo
que parti, pousei em Verge por dois ou três dias e nesse tempo assisti a um
interessantíssimo costume do povo traladarano – o chamado Rito da Fenda, uma
cerimônia simples, porém carregada de significado. O rapaz deve retornar à sua
família, quando construir seu nome. Falei-lhe de meus objetivos e ele aceitou acompanhar-me
de muito boa vontade, pois reconhecia a nobreza dessa empreitada e a necessidade
por se fazer justiça. Alex e eu passamos a maior parte do tempo juntos, ora
aprendendo um com o outro, ora defendendo a vida um do outro.
A
região possui mais comunidades silvestres do que imaginava, onde vivem humanos
e diversas espécies feéricas. Num deles, pude encontrar Darius, o paciente.
Sempre me comovo quando vejo um humano que escolhe dedicar toda a sua vida ao meio-ambiente.
Nós elfos vivemos em comunhão com a floresta, mas retiramos nossa verdadeira
força da magia. Aprendi com Darius que a natureza tem poder tanto para a
destruição como para a proteção e penso que os elfos poderiam voltar-se mais a isso.
Conhecemos há uma semana outro druida, que vive no pequeno povoado de Eltan’s
Spring. Seu nome é Bertrak e, no memento, ele e Darius trabalham juntos para
restaurar a vegetação próxima ao povoado que foi destruída por uma ignóbil
bruxa.
Há
também Silvana Rubi, uma admirável traladarana por quem admito sentir algo mais
do que mera amizade. Ela é formosa, astuta, sedutora e conhecedora da magia.
Minhas mãos até tremem um pouco enquanto escrevo sobre ela. Ainda desconheço
seus objetivos e aspirações, mas ela tem demonstrado crescente interesse em mim
e meus amigos, talvez ela também esteja se comovendo pela causa élfica.
Não
poderia também deixar de falar de Sorian Valonir, um irmão Elfo. Conheci-o há
três dias, e o valoroso patrulheiro salvou minha vida, mesmo tendo a
consciência de que ao fazê-lo, estaria se desviando de sua missão. Tenho-lhe
muita gratidão. Sua origem me é desconhecida, mas suas feições são Callari. Sua
família não dever ser de Rifllian nem de Radlebb, caso contrário eu o conheceria.
Acredito que este novo amigo se mostrará um fiel companheiro de aventuras.
Conheci
também Liandra Beleren, uma estudante da Escola Karameikana de Artes Arcanas.
Sei que se trata de uma boa pessoa, mas a situação em que nos encontramos e a
maneira como se porta levanta suspeita de minha parte. Tenho várias perguntas
das quais ela sempre encontrar um meio de se esquivar – possivelmente o que a ensinam
na academia. Qual o interesse da EKAA nessas redondezas? Como os magos humanos
frequentemente enxergam a magia como forma de poder, usando-a para propósitos
vis, ficarei de olhos bem abertos sobre Liandra.
No
entanto, não conheci apenas amigos nestes dois meses. Karameikos está,
infelizmente, infestada de perigos e criaturas malignas. Goblins espreitam
atrás das árvores os viajantes incautos, trabalhando para seres mais poderosos,
como a bruxa que mencionei. Conheci um gnomo que usava magia para criar um
troll ilusório e cobrava pedágio dos transeuntes de uma ponte. Há também um
halfling com quem viajei por alguns dias – um grande aproveitador que se porta
de maneira desleixada e inconsequente, a vadiagem é seu modo de vida.
E
há também um terror maior que todos esses – o Anel de Ferro – uma guilda de
escravocratas que sequestram e vendem pessoas para o exterior. Nossas
atividades em Threshold têm afetado seus negócios criminosos, mas não se aflija
Selleon, temos meios para combatê-los. Uma organização como esta certamente
conta com o apoio político e se beneficia dos ambientes urbanos humanos. No
entanto, este é um tema ainda delicado, pois Aleena, co-governadora da cidade
têm nos dado muito apoio, e é possível até que estejamos a poucos passos de nos
encontrarmos pessoalmente com seu tio, o Barão de Halaran. O melhor será não
nos envolvermos na política de Threshold por hora.
Com
relação à nossa missão, tenho feito alguns progressos significativos. Descobri que
nas florestas próximas à Threshold há um túnel que aparentemente se conecta com
Alfheim. Ajudamos uma mulher fugitiva que provavelmente era escrava dos Drows. Infelizmente,
nós a encontramos num estado lastimável e creio que sua mente sofreu fortes
abalos pelo seu quebranto e sua fuga. Hoje ela vive feliz com as fadas da
floresta. Mas nos preocuparemos com isso mais tarde.
Na
semana passada, conversei com Madame Cardia, uma mercadora daqui de Threshold
que disponibiliza um serviço bastante útil: viagens de tapete voador. Negociei com
ela duas viagens para Alfheim em troca de um artefato que encontrei. Sei que
ainda não será possível fazer muito coisa, mas o conhecimento da situação e a
eventual oportunidade de ajudar outros fugitivos valerão a pena. Por sinal,
Madame Cardia disse que seria grande ajuda possuir um mapa para adentrarmos
Alfheim. Peço a gentileza de que elabore algo dessa natureza para mim, Selleon,
junte-se com seus companheiros e tente fazê-lo de maneira mais detalhada
possível – eu o agradeceria muito.
Sobre
Melissa, ainda não encontrei muita informação. Eu também fiquei muito
preocupado quando ela inventou aquela história de buscar por seu misterioso professor
de magia. Ouvi falar que ela também viaja acompanhada de um grupo – espero que
sejam amigos fiéis como os meus – e que adotou o sobrenome de seu suposto
mestre: Moonstar. Mas não se preocupe meu caro Selleon, não imagino que se
trate um amante. É um costume humano que os alunos, depois de aceitos por seus
mestres adotem seu nome para mostrar que são seus protegidos. No entanto, como
deve ter notado, Moonstar é um nome élfico. Sim... isso também me deixa
perplexo.
Essas
são as notícias que tenho por hora, meu amigo. Continuarei trabalhando em minha
missão e nos encontraremos em breve, assim que retornar de Alfheim. Aguardo tua
resposta (não se esqueça do mapa, por favor, um rascunho já será útil), envie-a
para o antigo moinho da Ilha Fogor, em Threshold.
Desejo-te e aos seus
companheiros força e perseverança nessa reconstrução de vossas vidas.
Muito bem Thiagaum! Me deu mais ânimo para a campanha... vou produzir para movimentar o blog! \o/
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