sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

DRAGÕES ANCIÕES

Jogadores de RPG são realmente muito estanhos, não são?

Vivem reclamando de sistemas onde os personagens são limitados nas ações, não podem fazer nada de interessante ou imitar cenas legais de filmes, pois só podem se mover ou atacar. Por outro lado, também reclamam quando um sistema é muito liberal, e se pode fazer diversas coisas em uma rodada, atravessarem todo o mapa de uma só vez ou utilizar habilidades realmente destrutivas e esteticamente maravilhosas. Vai entender...

Reconheço da minha parte que quando a D&D Terceira Edição foi lançado, eu expressei uma resistência muito grande em aceita-lo. De princípio, foi porque percebi que naquele momento, o que havia me feito feliz durante tanto tempo (AD&D) estava oficialmente acabado. Mas então pensei o que fazer de agora em diante? Chorar por um defunto? Ou me entregar ao novo e vislumbrar novas possibilidades?

Daí então o único problema, que eu ainda brigava com a nova edição era com relação aos custos (Porra! Três livros de oitenta pau cada um, mais suplementos, mais miniaturas, aff... dava vontade de mandar as senhoras WoTC e Devir à ...). Mas somos brasileiros e podemos dá um jeito nisso como todos sabemos, é só ter criatividade e vontade de jogar.

Agora, temos uma Nova Edição: A Quarta, que realmente me assusta como a opinião sobre ela está dividida, pessoas que gostam, que adoram, que amam, que não gostam, que odeiam, que pisam e cospem em cima. Realmente é uma situação assustadora, mas ao mesmo tempo muito interessante e legal, para mim, é só porque está nascendo um novo estilo de jogador: O Jogador da Quarta Edição, da mesma forma que existem os Jogadores de Storyteller, Gurps e outros sistemas.

No último evento de RPG que estive, mestrei uma aventura de Quarta Edição, na mesa, um dos jogadores já era familiarizado e adorava o sistema (por sinal foi quem me introduziu à Quarta Edição), um nunca havia jogado RPG de mesa na vida e os outros três já eram bem experientes, mas não haviam jogado Quarta Edição ainda. A aventura, nem foi das melhores que eu já mestrei, mas foi legal ver como todos os que ainda não conheciam a Quarta Edição quebraram seus preconceitos e me cumprimentaram no final dizendo “Muito legal, cara, percebi que não era como eu imaginava”. Mas isso só aconteceu porque essas pessoas estavam dispostas a gostar, dispostas a perderem seus preconceitos.

Muitos dizem que essa nova edição parece muito “eletrônica”. Já critiquei muitos RPGs antes usando essa argumento, mas hoje em dia, não sei mais o que significa um “sistema eletrônico”. O que eu não acho legal de ver é que essas pessoas que chamam a Quarta Edição de “eletrônica” estão criticando aquilo que veio para simplificar e facilitar a vida de todos como é o caso dos Powers, Builds e outros, é como se essas pessoas quisessem dizer: “Nós não gostamos de coisas simples. Nós gostamos de coisas difíceis, que poucos entendem, para podermos nos sentir superior” Ah tá... Desculpa então...

O que eu quero dizer aqui é: ninguém é obrigado a jogar ou gostar da Quarta Edição, mas também não precisam semear a discórdia por aí a Quarta Edição ainda tem muita coisa boa pra mostrar.

Obrigado

Thiagaum ^^v

5 comentários:

  1. Vamos por partes:

    Não são só RPGistas que são eternos insatisfeitos, infelizmente (ou felizmente!) é natural do ser humano querer algo mais.
    Porém, esses caras que reclamam que não podem fazer nada/fazem coisas demais são as mesmas pessoas? Ou então: elas não estão buscando um meio termo?
    Whatever

    Partindo do pressuposto que a internet é algo acessível a todos, mesmo assim, nada justifica o download de cópias piratas! (até porque você não vai morrer de “fome mental”)
    É sempre bom lembrar que o autor merece receber pelo trabalho dele, da mesma forma que um cara que trabalha sob o sol forte durante um mês merece a grana dele.

    De fato, essa briga entre amantes e inimigos da 4ed é algo extremo demais... deixa de ser troca de argumentos para ser troca de xingamentos!

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  2. Parte 2: (é... foi frescura...)

    Veja bem: essa história de RPG eletrônico é fato, os próprios autores admitem isso! Porém, não vejo isso como um defeito, somente uma forma de abordagem diferente.
    Agora, dizer que é mais fácil, eu já discordo. Acho que um sistema com lógica é mais fácil de se ensinar para um novato que um sistema de Daily Powers, por exemplo...
    (bom, você bate com mais força que o normal uma vez por dia porque... ahn... você se cansa! -Não, não precisa anotar na ficha que você está cansado... é, eu disse que você fica cansado, mas... mas...)
    ...não defendo a 3ed nesse ponto também não. São regras demais, ataques de oportunidade demais e praticidade de menos.

    Por fim, de fato, ninguém é obrigado a jogar a 4ed - ao menos teoricamente, porque, se você não tem material, logo é vencido pelo cansaço (exceto alguns poucos que tem cenário próprio, house rules, tempo para criar...).
    Agora, se eu não gosto de algo, eu posso semear a minha opinião por aí, afinal “meus amigos, vivemos em uma época privilegiada”, onde podemos dar nossa opinião e argumentar. Mesmo que nem todos gostem.

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  3. Só não gostaria que a nova geração de sistemas que virá por aí também siga a filosofia "eletrônica", pois correremos o risco de perder algumas coisas clássicas que nos tornaram os jogadores que somos hoje...

    Não digo para matarem os dragões filhotes, só lembrem-se que os dragões anciões não precisam ser esquecidos(e merecem respeito)...

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  4. Todo sistema merece uma oportunidade pra ser experimentado. O que eu não gostei na 4E foi das histórias apresentadas mesmo, mas como essa parte é o grupo que decide, não chega a ser uma crítica válida.
    Em suma: jogue, se gostar bem, se não gostar, bem também, o que é idiotice é falar que o trabalho de várias pessoas, por muitos meses, é uma merda só pq você não gostou!

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  5. obs.:

    correção do 4º parágrafo

    obrigado pelas opiniões de todos

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