sexta-feira, 20 de março de 2009

Piratas, Magia e Aranhas

Capítulo 7: Uma Nova Tripulação



De volta à cidade, fui direto comprar roupas novas e outras coisas que precisava para viagem, não me sentia bem vestindo roupas de uma das vítimas de Namira. Logo em seguida, rumei para o porto para procurar esse tal Capitão. Depois de muito andar e pedir informações localizei o Tubarão Atroz, um leve navio com velas imensas e uma bandeira azul com o brasão de Theriasca tremulando no topo do maior mastro.

Entrei no navio como se fosse da sua tripulação, que por sinal era bem diversificada: felinos, elfos, humanos, halflings, gnomos, havia até mesmo um anubit, além disso cerca de um terço dela era de mulheres, me aproximei de um homem forte que estava ajeitando um barril, bati em seu ombro e disse:

- Preciso falar com seu Capitão, amigo.

- Olhe para trás - me respondeu ele e continuou com seu serviço.

Olhei na direção do leme e vi lá em cima um elfo e uma shaeran (veja imagem) conversando sobre um mapa aberto, subi até lá e fui na direção do elfo. Chegando lá estendi minha mão e disse:

- Saudações, Capitão! Eis aqui seu mais novo tripulante, Van D’Elthar.

O elfo me olhou com cara de assustado, deu um sorriso e olhou de volta para a shaeran, ela, por sua vez, pegou na minha mão e disse:

- Capitã Jey Coralien. Lamento senhor Elthar, mas meu navio já está com tripulação o bastante.

Meio confuso e um pouco envergonhado, respondi-lhe:

- Uma amiga sua me mandou trazer isso até você – e mostrei-lhe a carta da Governadora.

A capitã tomou a carta de minha mão, abriu-a e começou a ler intrigada, olhava algumas vezes para mim com desconfiança e voltava a ler a carta, no final, dobrou novamente a carta, colocou-a de volta no envelope e me disse:

- Bem, senhor Elthar, se vai fazer parte de minha tripulação, deverá trabalhar como todos – dirigiu-se ao Elfo – Lowar dê-lhe um esfregão e balde, quanto a você – virou-se para mim – siga meu navegador e comece já a limpar o convés, partimos hoje à tarde!

- Trabalhar? Achei que essa carta me desse algum tipo de privilégio como direito a um quarto particular e tudo mais, poxa... acho que a Governadora esqueceu de mencionar isso na carta... – respondi em tom irônico.

- É melhor não me provocar, senhor Elthar, não gosto de gracinhas de pessoas do seu tipo. E se debochar de minha madrinha mais alguma vez dentro de meu navio, jogo-lhe para os tubarões! Agora o leve!

Acompanhei o elfo até o porão do navio, lugar que por sinal não parecia como o da maioria dos outros barcos, estava organizado e havia pouco rum, “que tripulação mais certinha” – pensei. Peguei um esfregão e um balde e subi ao convés. Tirei meu casaco novo e meu chapéu, coloquei-os de lado e comecei a esfregar. Havia sobre mim um grupo de felinos e halflings ajeitando as velas com muita agilidade.

Confesso que nunca fui muito de trabalhar, acho que por isso escolhi essa vida... Depois de esfregar o chão algumas vezes, parei, apoiei meu cotovelo sobre esfregão e fiquei alguns momentos a olhar para o horizonte que nos esperava. Pensamentos distantes estavam vindo à minha cabeça quando fui bruscamente interrompido por uma pancada nas costas que me derrubou no chão. Levantei-me rápido o olhei o que me acertara. Havia uma halfling caída no chão um pouco atrás de mim, fiquei em posição de duelo, apontei-lhe o cabo do esfregão e grite:

- Ora sua...! Como ousa me acertar dessa forma pelas costas?!

A pequenina se levantou assustada e respondeu gaguejando:

- Me desculpe, senhor! Eu não tive a intenção! Foi apenas um acidente! Eu estava ajeitando uma corda lá em cima, quando ela se soltou e então... e então...

Eu estava achando graça naquela mulher do tamanho de uma criança tentado se explicar, não lembrava nem um pouco seu parente de raça, que conheci em minha outra tripulação, Banin, que era corajoso e esperto.

Partimos. À noite, a halfling escolheu a rede que ficava em cima da minha para dormir, naquele emaranhado de redes e sacos de dormir não havia divisão entre ala masculina e feminina. Assim que me deitei perguntei:

- Então, Kath, quer dizer que você não sabe lutar?

- É... acabei entrando para a tripulação da Capitã Jey com pouca experiência, por isso sempre faço coisas mais simples como dar nós em cordas e içar velas.

- Ora, isso não são coisas simples, você é muito talentosa, eu não coneguiria fazer o que você faz sem me machucar várias vezes. Mas e quando o navio está em combate?

- Ajudo como posso, mas no final acabo sempre correndo e me escondendo entre as caixas.

- Haha! Tudo bem, Kath, amanhã te ensinarei a lutar.

- Jura? Você faria isso?

- Claro! Já estamos combinados!

No dia seguinte, fui ao porão novamente, como havia me ordenado o primeiro imediato da Capitã, mas ao invés de pegar um esfregão e um balde, peguei dois esfregões. De volta ao convés, joguei para Kath um dos esfregões, a halfling, com reflexos de uma tartaruga deixou que o cabo escorregar por sua mão e acertasse sua cabeça.

- Aí está sua primeira lição! – disse eu depois de uma breve risada – precisa ter firmeza e confiar em si mesma! Agora fique em posição de duelo!

Ela ficou com as pernas separadas, agarrou o cabo do esfregão com as duas mãos e o apontou na minha direção. Dei um suspiro e ajudei-a a ficar na posição correta, a halfling ficou congelada na posição que eu ensinei, tremendo como se estivesse sobre uma corda bamba, se bem que a corda bamba seria mais fácil para ela do que a posição de duelo.

- Ótimo! Dá pra começar assim... – e me posicionei-me na frente dela, a essa altura, já estávamos cercados de curiosos e descrentes que riam e cochichavam entre si – agora, vou atacar você, apare meu ataque com a sua espada, preste atenção no movimento da minha mão!

Ataquei com uma estocada simples bem devagar, Kath, num acesso de desespero bateu com toda a força que tinha no meu esfregão, fazendo um enorme barulho de madeira contra madeira, e desviou meu braço para a direita fazendo-me acertar em cheio o rosto da Capitã do navio que saía da multidão. Toda a tripulação se espantou como se não pudessem acreditar que sua Capitã havia se machucado. Kath então quase desmaiou quando percebeu. A shaeran, com a bochecha vermelha pela pancada, respirou com raiva e começou a falar como uma professora frente a alunos bagunceiros:

- Eu estava curiosa para saber o que estava acontecendo aqui, e acabei descobrindo que um certo intruso está tumultuando meu navio.

- Mil, perdões, minha Capitã, a culpa foi inteiramente minha, eu só estava ensinando a pequena Kath algumas proezas, sabe como é, a senhora Capitã não pode navegar por aí com uma tripulação que não sabe lutar. Se quiser pode participar da aula também.

A Capitã olhou para mim com olhos que desejavam me matar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ouvimos um grito do mastro:

- Navio à vista!

6 comentários:

  1. Agradecimentos a GG pela imagem da Capitã Jey e do Van ^^v

    e vamo que vamo hehehe

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  2. É isso aí!!! Agora eu desenho mais!!!
    (Só tenho que aprender a colorir...)

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  3. Próxima parte: grandes batalhas maritimas!
    GO!GO! Thiagão!!!

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  4. O Van deixou de pegar uma feiticeira gostosona pra pegar um halfling molenga... !?! ...

    BLARG...

    O.o

    hauahuahuahuahu

    \o/

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  5. Abusadinho esse Van hein?! heheheh

    se o navio eh meu ponho pra andar na prancha depois duma gracinha dessas ehhehehe

    mandou bem thiagao, vamo q vamo!

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  6. hahahaha obrigado pelo comentários, galera ^^v

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